Dificuldades de Aprendizagem
Em primeiro lugar, o professor necessita de saber quais os problemas específicos que o estudante tem para, a partir daí, dar resposta às suas necessidades educativas, a fim de poder explorar os seus pontos fortes. É, no entanto, de notar que, de forma a dar resposta às necessidades de todos os estudantes da turma, a opção ideal residirá numa abordagem multissensorial.
O estudante que apresenta dificuldades de aprendizagem necessita de estar inserido num ambiente bem estruturado. De forma geral, o rendimento dos estudantes melhora quando o professor esquematiza no quadro as atividades a realizar ao longo do dia e apresenta, segundo o mesmo processo, os objetivos a atingir.
Algumas atividades realizadas na sala de aula ou a existência de constantes e múltiplos diálogos simultâneos conduzem facilmente alguns estudantes com dificuldades de aprendizagem a um estado de estimulação excessiva. Nestas condições, estes estudantes apresentam frequentemente um comportamento inadequado, o qual pode perturbar toda a turma. O professor tem a seu cargo a responsabilidade de ajudar os estudantes em questão a recuperar o comportamento adequado. O professor pode criar um espaço na sala de aula ao qual o estudante se pode dirigir para fazer uma pausa, afastando-se das atividades em curso. Pode ainda, por exemplo, pedir ao estudante que vá realizar uma qualquer tarefa fora da sala de aula, ou poderá mesmo encaminhá-lo para a biblioteca da escola. Tais ações nunca deverão ter um carácter punitivo, servindo apenas como oportunidades para o estudante poder usufruir de momentos de sossego e assim recuperar a calma perdida.
As circunstâncias de aprendizagem de muitos estudantes com dificuldades de aprendizagem são circunstâncias cinestésicas. Estes estudantes têm maior facilidade em aprender quando podem tocar e observar objetos concretos relacionados com os conteúdos que estão a ser lecionados. Conseguem também produzir uma imagem cinestésica, se, com os dedos, formarem as letras e os números no espaço. Dependendo da idade do estudante, o recurso a areia e a lixa para formar letras e números produz o mesmo efeito. No entanto, na classe regular, uma abordagem deste tipo isolará o estudante, a menos que todos estejam a trabalhar o mesmo método. O recurso à manipulação de objetos em que toda a turma ou um pequeno grupo está envolvido torna-se menos intimidativo e todos os estudantes serão beneficiados.
O professor deverá ser flexível no que diz respeito aos trabalhos que distribui. Se um estudante tem dificuldade em produzir um relatório escrito, deve ser considerada a hipótese de o substituir por uma versão oral ou gravada. Os computadores são instrumentos extremamente úteis neste campo, existindo mesmo vários tipos de programas destinados a facilitar a produção escrita.
Acima de tudo, o professor deverá assinalar os sucessos obtidos por estes estudantes mesmo que eles sejam reduzidos. Tal como deve acontecer com todos os estudantes, o feedback deve ser positivo e imediato. O recurso a técnicas de modelação de comportamento pode também estimular o desejo que o estudante tem de ser bem sucedido.