Deficiência Auditiva

Para que os colegas de estudantes com deficiência auditiva possam compreender a condição destes, o professor pode, por exemplo, adquirir tampões para os ouvidos que serão usados pelos estudantes que não têm qualquer tipo de deficiência auditiva, durante o decorrer da aula. Deste modo, rapidamente se aperceberão das dificuldades sentidas pelos seus companheiros. Há também a possibilidade de recorrer a material áudio, que existe na maior parte dos departamentos de educação especial, que demonstra o que é percecionado em diferentes graus de perda de audição.
Muitos professores creem, erradamente, que devem falar alto, quando se dirigem a um estudante cuja capacidade auditiva está diminuída. Antes pelo contrário, é recomendável manter a voz dentro dos limites usuais. É indispensável que o professor fale pausada e distintamente, para ajudar o estudante a compreender o que está a ser dito. Como é óbvio, tal não se aplica a um indivíduo cuja surdez é profunda.
Os professores, por vezes, também exageram nos movimentos produzidos com a boca, quando falam com estudantes nas condições descritas. Tal atitude não é aconselhável, uma vez que confunde o estudante, impedindo a correta leitura do movimento dos lábios. Quando fala, o professor deve colocar-se sempre de frente para o estudante. Será igualmente útil que escreva no quadro o que pretende que seja realizado, não esquecendo, porém, de se virar de frente para o estudante, antes de explicar esses trabalho.
A colocação do estudante na sala também é importante. Este deve encontrar-se a cerca de 3 metros do professor, o que lhe permitirá ler nos lábios e também interpretar sinais visuais.
A iluminação da sala de aula não deve incidir diretamente sobre o rosto do estudante, dado que este, nessas circunstâncias, poderá ter dificuldades em observar o professor. A leitura dos lábios ou a interpretação de sinais visuais emitidos pelo professor poderá também ser difícil, se este se posicionar de costas para uma janela ou para uma fonte de luz.
O professor deverá ainda distribuir documentos escritos ao estudante com deficiência auditiva, os quais focarão pontos-chave. Estes documentos ajudá-lo-ão a seguir instruções do professor. Sempre que possível, este material deve ser também entregue a todos os que apoiam o estudante e que são igualmente responsáveis pela sua educação. Estes poderão, por sua vez, proporcionar o reforço de que o estudante necessita para se sentir mais confiante, quando é integrado na classe regular. Existe a possibilidade de solicitar a presença de um intérprete na sala de aula, o qual não só proporcionará apoio suplementar ao estudante como se revestirá, também, de grande importância para o professor.
Na nossa sociedade, existem muitos indivíduos cuja surdez se manifestou desde o nascimento ou, então, ocorreu em períodos tardios de suas vidas. Os professores e a sociedade, como um todo, podem ter um papel importante a desempenhar no que diz respeito à criação de oportunidades para estes indivíduos.