Autismo
Em termos de educação, a ênfase devia ser posta em ajudar crianças autistas a aprender meios de comunicar e formas de estruturar o seu meio, de modo a que este seja consistente e previsível. O professor pode ajudar facultando calendários e tabelas, assim como fotos ou imagens de actividades ou eventos, antes de estes terem lugar.
Para que o ensino seja eficaz deve-se prestar atenção a planos de comportamento, ao controlo positivo do comportamento, bem como a expectativas claras e a regras.
Com muitos autistas, o processo de aprendizagem tem uma base visual. Por isso, é essencial o recurso a material de apoio visual concreto e tangível, tal como imagens, mapas, gráficos ou tabelas. Alguns dos materiais utilizados com os estudantes com dificuldades de aprendizagem são adequados para os estudantes autistas.
Alguns destes estudantes revelam competências na área do desenho, da música e da matemática, as quais estão em conformidade com a média ou se encontram mesmo acima da média. O professor deve encorajar o desenvolvimento destas capacidade, deve proporcionar oportunidades de aprendizagens suplementares nestas áreas e deve, igualmente, recorrer ao reforço positivo.
É muito difícil de proceder a generalizações com estudantes autistas. Eles precisam de praticar competências funcionais, em termos do quotidiano. Por exemplo, é aconselhável usar alimentos reais, ao estudar a alimentação. Quando os conteúdos a ensinar recaem sobre dinheiro, o professor deve utilizar notas e moedas reais. Sempre que for possível, os estudantes devem ser levados a locais específicos, quando estão a aprender e a praticar comportamentos públicos adequados. As visitas de estudo proporcionam aos estudantes autistas excelentes experiências concretas de aprendizagem.
O facto de aos estudantes da classe regular serem transmitidos conhecimentos relativos às dificuldades que a criança autista tem de ultrapassar poderá ter um resultado positivo. Pode ser conseguida uma visão desses problemas através do recurso a relatos e a livros escritos por pais de crianças autistas. Entre os indivíduos publicamente conhecidos que escreveram acerca dos seus filhos autistas podemos referir: Sylvester Stallone, actor; William Christopher, actor; Beverly Sills, cantora; Myron Cope, jornalista; e, Charles Amenta III, escritor.
Os interesses da criança autista costumam ser diferentes dos das outras crianças, principalmente, em seu foco e intensidade. Por exemplo, indivíduos autistas podem aprender uma vasta quantidade de informações sobre um determinado assunto, tal como carros, memorizando uma variedade de informações e conversando de forma insistente e estereotipada sobre o assunto por eles escolhido. Na sua actividade lúdica, costumam focar o seu interesse apenas num determinado brinquedo ou determinada maneira de brincar.
Os indivíduos autistas apresentam uma insistência na mesma rotina diária, que se apresenta pelo seu comportamento inflexível e suas rotinas e rituais não funcionais. Por exemplo, costumam seguir sempre determinados caminhos até a escola, têm rituais para dormir ou se alimentar. Mudanças no ambiente que a criança costuma frequentar podem causar episódios de agitação psicomotora e agressividade. Mudanças mínimas no ambiente costumam causar quadros mais severos de agitação do que mudanças maiores. Por exemplo, uma menino autista de 5 anos chorou durante quase uma hora até a sua mãe perceber que havia retirado um livro da sua estante; ao ter o livro reposto, parou de chorar em segundos.
Frequentemente, crianças autistas “agarram-se” de forma estranha a determinados objectos ou partes de objectos, tais como pedras, fios, etc. Adoram objectos que brilham ou que giram (por exemplo, tampas de panelas). Os objectos, usualmente selecionados a partir de uma característica particular (cor, textura), permanecem com a criança durante horas ou dias, e sempre que alguém tenta removê-los, a criança torna-se inquieta ou agressiva, resistindo à mudança.
Os professores devem ter consciência dos muitos problemas que os pais de crianças autistas enfretam. Estes pais podem necessitar de ser aconselhados, no que diz respeito à procura de ajuda profissional. De facto, existem múltiplas organizações e grupos de apoio que lhes poderão proporcionar ajuda e orientação.