Epilepsia
Todos os professores devem ser informados acerca de estudantes que apresentam uma história de epilepsia. Podem ser obtidas informações vitais sobre estes através da verificação dos vários registos, entre os quais os registos médicos. Os pais podem também facultar informações suplementares relativamente ao tipo de crise e à sua preferência. Mesmo se as crises estão a ser controladas por medicação, todos os funcionários da escola devem estar conscientes da possibilidade de esta provocar efeitos secundários. Qualquer alteração no funcionamento físico ou intelectual do estudante deve ser registada e os pais e o médico devem ser mantidos ao corrente.
O professor pode desempenhar um papel importante, ajudando os restantes estudantes a compreender o que é a epilepsia. Ao fazê-lo, produzirá alterações nas concepções erradas que estes têm acerca deste problema, o que levará a que desapareçam os medos a ele associados. Em relação aos estudantes mais novos, é suficiente que saibam que as crises não magoam e que, em geral, duram pouco tempo. Aos mais velhos, devem ser transmitidos conhecimentos acerca da natureza da epilepsia e do efeito que tem no estudante que apresenta crises.
Os estudantes podem interrogar-se acerca da razão que leva o professor a não tentar pôr fim à crise convulsiva do colega. É importante levá-los a compreender que, uma vez esta iniciada, não deve ser interrompida, sendo necessário deixar que todas as suas fases tenham lugar.
Quando um estudante tem uma crise, à excepção das formas de ausência e do pequeno mal, devem ser tomadas as seguintes medidas:
- Manter a calma e não tentar reanimar o estudante;
- Colocar o estudante no chão e pôr algo suave sob a sua cabeça;
- Virar o estudante de lado, a fim de manter as vias respiratórias desimpedidas;
- Permitir que o fluido existente na boca possa ser drenado;
- Remover os objectos duros, com arestas ou quentes da área mais próxima;
- Não tentar restringir “qualquer” movimento do estudante;
- Aliviar a pressão da roupa desapertando-a;
- Não dar nada a beber ou a engolir durante a crise;
- Não forçar a boca do estudante para que esta se mantenha aberta, nem introduzir nela qualquer objecto;
- Não travar a língua do estudante porque ele não a engolirá;
- Se o estudante caminha sem destino durante a crise, remover da área quaisquer objectos potencialmente perigosos.
Durante a crise, a respiração do estudante pode ser estertorosa. Devido à deficiente oxigenação, os lábios e apele podem tornar-se azulados. Não há razão para alarme, a menos que a respiração pare. Nesse caso, é necessário verificar imediatamente se algo está a bloquear a garganta do estudante e, caso tal aconteça, deve ser removido o objecto responsável pelo bloqueio. Pode ainda ser necessário o recurso à respiração artificial.
Depois de terminada a crise, o estudante pode sentir-se extremamente cansado devendo, por isso, ser-lhe permitido descansar.
Tal como acontece em relação a outras situações de emergência, por exemplo incêndios, constitui uma importante ajuda que os estudantes façam previamente uma simulação demonstrando o que deverá ser feito, caso um companheiro tenha uma crise convulsiva.
As crises de um estudante podem interferir com a sua capacidade de aprendizagem. Um estudante cujas crises se caracterizam por períodos breves de olhar fixo pode perder o que está a ser transmitido e, por essa razão, os professores devem estar sempre atentos e ter este facto em conta.