PHDA

Segundo a APA (American Psychiatric Association) (2002) o Distúrbio Hiperativo e Défice de Atenção (DHDA), igualmente denominado Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA),  é um dos problemas de desenvolvimento da infância e da adolescência sobre o qual se têm debruçado diversos estudiosos, uma vez que este é o transtorno com maior impacto ao nível das salas de aula. O PHDA é um distúrbio neurobiológico que se caracteriza por um inadequado desenvolvimento das capacidades de atenção e, em alguns casos, por impulsividade e/ou hiperatividade.  
Para Barkley (2006), a PHDA é um distúrbio do desenvolvimento caracterizado por graus desenvolvimentais inapropriados de desatenção, sobreatividade e impulsividade. Estes surgem frequentemente no início da infância, são de natureza relativamente crónica, e não são devidos a lesão neurológica, défices sensoriais, problemas da linguagem ou motores, atraso mental ou perturbação emocional grave. Estas dificuldades estão tipicamente associadas com défices de autorregulação de comportamento e da manutenção de um padrão consistente de realização ao longo do tempo.
Durante muito tempo julgou-se a hiperatividade como a característica principal do PHDA. Hoje em dia sabe-se que não é bem assim, existindo segundo o DSM-IV (2002), três tipos:
     - Tipo Predominantemente Desatento: predominância de sintomas de desatenção;
     - Tipo Predominantemente Hiperativo - Impulsivo: onde existe um maior número de sintomas de hiperatividade – impulsividade;
     - Tipo Combinado: existindo uma combinação entre sintomas de hiperatividade – impulsividade e desatenção.
Relativamente ao diagnóstico, o DSM IV-TR (APA, 2002) refere que a perturbação requer a presença persistente e perturbadora de, pelo menos, seis sintomas duma lista de dezoito, metade destes relacionados com problemas de atenção, e a outra metade relacionada com problemas de hiperatividade/impulsividade:
      Falta de Atenção
      (a) com frequência não presta atenção suficiente aos pormenores ou comete erros por descuido nas tarefas escolares, no trabalho ou noutras atividades lúdicas;
      (b) com frequência tem dificuldade em manter a atenção em tarefas ou atividades;
      (c) com frequência parece não ouvir quando se lhe dirigem diretamente;
      (d) com frequência não segue as instruções e não termina os trabalhos escolares, tarefas, ou deveres no local de trabalho (sem ser por oposição ou por incompreensão das instruções);
      (e) com frequência tem dificuldade em organizar tarefas ou atividades;
      (f) com frequência evita, sente repugnância ou está relutante em envolver-se em tarefas que requeiram um esforço mental continuado (tais como trabalhos escolares ou de casa);
      (g) com frequência perde objetos necessários a tarefas ou atividades (por exemplo brinquedos, exercícios escolares, lápis, livros ou ferramentas);
(h) com frequência distrai-se facilmente com estímulos irrelevantes;
(i) com frequência esquece-se das atividades quotidianas.
      Hiperatividade
      (a) com frequência movimenta excessivamente as mãos e os pés, move-se quando está sentado;
      (b) com frequência levanta-se na sala de aula ou noutras situações em que se espera que esteja sentado;
      (c) com frequência corre ou salta excessivamente em situações em que é inadequado fazê-lo (em adolescentes ou adultos pode limitar-se a sentimentos de impaciência);
      (d) com frequência tem dificuldades para jogar ou dedicar-se tranquilamente a atividades de ócio;
      (e) com frequência "anda" ou só atua como se estivesse "ligado a um motor';
      (f) com frequência fala em excesso.
      Impulsividade
      (a) com frequência precipita as respostas antes que as perguntas tenham acabado;
      (b) com frequência tem dificuldades em esperar pela sua vez;
      (c) com frequência interrompe ou interfere nas atividades dos outros (ex. intromete-se nas conversas ou jogos).
Deve assim existir um esforço por parte de todos os agentes educativos para que sejam desenvolvidas estratégias que visem a inclusão de todas as crianças na escola. A organização da escola deve, assim, tentar criar condições na sua estrutura para facilitar a implementação de novas políticas, culturas e práticas inclusivas.